23 de outubro de 2013

Vai e vem

meus olhos aqui
cheios de sono,
e você no meu peito,
falando de amor.

e o aperto que sinto
toda vez que eu minto
que não quero provar
teu sabor.

e nas noites em claro
- coração solitário -
viaja em imagens
tentando te ver.

e assim, vai e vem,
que tristeza, meu bem!
não saber se eu posso
te ter.

poema sobre o futuro

eu quero te amar sem sequelas.
sem dor no peito;
e cortina na janela.

amor inteiro,
repleto
de cores e doces;
amor pleno,
concreto.

quero te dar uma casa arrumada
com beijos e goiabadas -
e rimas que só existem
dentro de mim.

e justamente por ser assim
tão cheia de tempos e protocolos
é que posso dizer
que será amor sem fim.

17 de outubro de 2013

para você

eu sei que você vai passar por aqui.
você mesmo.
em busca daqueles versos de que lhe falei.

e quando vier, não pise na ponta dos pés.
se faça notar...
deixa o copo quebrar
eu vou adorar saber.

você sabe - nós sabemos,
que nem sempre é como queremos -
que o tempo tem suas próprias manhas
tece por si só suas tramas,
nem sempre girando a nosso favor.

apesar disso, agradeço
os arrepios no braço,
as borboletas no estômago,
a doçura dos sonhos,
a constância dos pensamentos,
o sorriso sorrateiro nos lábios,
dos diamantes... os muitos devaneios.

e como não falar
das músicas que dançamos de olhos fechados,
ainda que unilateralmente.
ainda que virtualmente.

Você me fez ver que estou viva;
que meu coração é capaz de bater...
descompassado,
não muito coordenado,
mas na cadência da vontade
de viver recomeços.

15 de outubro de 2013

cinco minutos

confesso que te dei
cinco minutos do meu amor.

esquema rápido,
bate-e-volta -
vai-num-pé-volta-no-outro.

mas nem por isso, mind you,
senti pelas metades.

fui inteira,
verso e anverso.
amor completo por completo --
pena que você não viu.

Pulei em queda livre.
Acelerei em plena descida
Deixei o carro bater de frente,
perda total.

nossos olhos um no outro,
asfalto fritando
aperto no coração.

7 de outubro de 2013

Vivendo

acabei de me convencer
que, para mim, bem lá no fundo,
escrever é viver.

é me prensar no papel;
sair carimbando toda e qualquer superfície
com as minhas impressões digitais.

é me escanear por inteira,
me colocar na copiadora -
jogar-me em domínio público
para quem quiser ler.

escrever para mim
é um ato de coragem.