25 de julho de 2007

Café com chocolate

Todo dia, quando volto do almoço,
dou de cara com minhas tarefas,
espalhadas sobre a mesa.

Oh, cruel e fatídico reencontro
com minhas obrigações!
Minha agenda aberta,
cheia de apontamentos,
desafia meu ânimo para um duelo.

Tomo assento na poltrona acolchoada,
e já outro inimigo se levanta:
o sono!
Sorrateiro, não pede licença;
entra em meu corpo,
sem a menor cerimônia.

Já estou prestes a me dar por vencida,
quando surge você,
piscando azul na minha tela.
Meu café com chocolate predileto das 14:30h.

24 de julho de 2007

Patinetes


Eu tinha coisas
que iam te fazer bem.

Estrelas, notas e cores -
o indizível, incabível em versos,
pra te dar.

Mas você piscou a luz vermelha,
meu alarme interno disparou.

E eu esperta,
pra não me fazer de tonta,
nem perguntei nada.
Tirei os sapatos,
saí à francesa,
pisei leve, discreta.

E você nem notou.

19 de julho de 2007

Balada

O meu amor mora perto de mim
e sequer me vê passar
airosa e destemida
pelas nossas ruas.

Eu faço charme -
escondo e revelo sorrisos.
Meu amor tem todas as minhas faces.

Meu amor não vê
meus rodopios na ponta do pé,
nem lê as voltas que faço,
na ponta da caneta.
Não ouve minhas melodias.
Desconhece os seus efeitos sobre mim.

O meu amor não sabe o quanto planejei;
sequer imagina com quanto capricho
fiz os meus cálculos,
para trombarmos naquela esquina.

Meu amor sequer sonha
as tantas vezes que disquei o seu número,
e desliguei antes de o telefone tocar.

14 de julho de 2007

Aviso

Faz 5 minutos
que passei por aqui,
esperando te encontrar.
Mas fui embora,
sem te ver.
E deixei minhas palavras
pra te avisar.

11 de julho de 2007

Céu-luar

Estimado companheiro de viagem,
sempre presente,
por onde vou.

Sua luz azul apaga comigo
todas as noites;
acorda-me todas as manhãs.

Sua extensão,
delimitada por meus olhos,
já me trouxe as mais doces
mensagens.

E igualmente testemunhou
os meus mais alegres
sorrisos.

4 de julho de 2007

Ao telefone

Quero desligar -
é tarde;
e as horas já pesam
em meus olhos.

Mas ao mesmo tempo,
não quero.
Quero ficar aqui,
com o som da sua respiração,
em meus ouvidos.

Não; não precisa dizer nada.
Não se dê ao trabalho de inventar assunto.
Já dissemos tudo:
contamos prosa,
falamos bobagem.
E eu sei que daqui a pouco,
vem o seu "boa noite" inevitável.
Mas, não...
eu não quero desligar.

Então, fica mais um pouco.
E se não nos falarmos mais?
Para mim, basta a sua presença,
ao meu lado, neste momento...
aproveitar cada segundo,
enquanto ainda podemos.