23 de julho de 2010

receita

gosto da poesia que não deixa vestígios.
gosto do verso que não arranca suspiros.
gosto da letra que não crava,
não marca, não grava,
só passa;
gosto da poesia etérea,
leve,
breve,
que nasce e evapora,
que se veste de prosa,
que me arranca o ar.