21 de novembro de 2006

O que ela fez ao chegar em casa naquele dia

Para o Fabão.

Porque esse poema surgiu numa conversa com ele,

e talvez só faça sentido para ele.


Entrou desapontada,

ligou a música em volume alto,

pregou os olhos no travesseiro,

Chorou.

Lembrou-se das palavras dele,

E, jogada na cama,

juntou-as aos pensamentos mudos,

que sequer externou.

Repassou na mente os dizeres ensaiados

colegas de sonhos e desejos secretos,

que só seu coração conheceu.

E depois, como que para se consolar

daquela perda,

suspirou –

vai ver ele não gosta de baixinhas.

18 de novembro de 2006

3 Constatações

O café esfriou.

O baile acabou.

A expectativa se foi.

7 de novembro de 2006

Ao leitor

(porque Machado de Assis me inspira)

A tua curiosidade, leitor,
é o que mais me incita a escrever.
É que em tua mente,
corre sempre a idéia,
de que aqui encontrarás minhas réplicas,
disfarçadas com metáforas,
e adornadas de um tom de mistério.
Achas
- bem atrevidamente -
que sempre que preciso falar
daquilo que me impressiona,
ponho a poesia a meu serviço,
e, assim, digo o que quero,
sem contudo me comprometer.
Ah, ingênuo leitor,
que te julgas desvendador de mistérios!
Se me lêsses com mais atenção perceberias,
que a minha escrita é
torta
feia
e ambígua.

6 de novembro de 2006

3 Desejos

Eu queria que fosse mais;
E que fosse constante.
E que fosse pra sempre.