Para o Luiz
Quero publicar um poema,
mas tenho medo que me leiam mal.
Vai que ele suscite leituras não autorizadas
e mais tarde me meta em maus lençóis?
Mas é precisamente por esse motivo,
que preciso torná-lo público.
Reprimir o desejo, penso,
só o tornará mais agudo.
E depois – racionalizo,
preciso acabar com esse ar inseguro,
Dar a cara a tapa,
provocar com as palavras,
Tomar as rédeas desse jogo imaturo.
E se virem metáfora onde não há,
figuras onde jamais as imaginei,
e sentidos que nunca quis inscrever,
- a inocência que se exploda!
Eu vou escrever sem medo de me queimar.