13 de setembro de 2006

Balada para uma despedida agridoce

Ele disse que voltava às onze
e com um beijo e até mais tarde,
desapareceu da sua frente,
e do seu monitor.

Ela fingiu que acreditava,
Na desculpa esfarrapada,
que ele apresentou.

“Tudo bem, até mais tarde”,
disse a tonta enamorada,
que sozinha ali ficou.


“Uma hora vai depressa”
- o pensamento a consolou.


Ah, se ela pudesse ver por onde ele foi!
Ah, se soubesse o que de fato pensa dela!
Ah, pobre, pobre Isabela!
Que julga ter encontrado o amor.

Sessenta voltas marcou o ponteiro
graúdo do relógio cuco.
Outras sessenta e ainda mais trinta.
Até que a moça, entediada,
matou a charada,

e o computador desligou.