eu sou um poço de subjetividade
ambulante.
circulo nas ruas à procura de imagens
cabíveis em versos.
mais do que isso:
me sinto no dever de traduzir
a poesia das sombras,
o mau cheiro da água suja;
o lirismo da terra seca,
e do copo vazio de água, mas cheio de ar.
estou cheia de mim -
a ambiguidade é a marca do meu estilo.
o paradoxo é a figura que me alimenta.
e muita gente não entende o que digo.
e muita gente sequer pode vislumbrar
- o que há no meu poço.
2 comentários:
Ana "Coralina", sou um poeta à procura de sons, um cantador à procura de histórias, motivos, detalhes. Me identifico com sua poesia e com sua inquietação. Quase ninguém entende o artista. Mas, pra que precisamos ser compreendidos, a não ser pra saber que estamos vivos? Que "tentar" compreender é um jeito que raras pessoas encontram de nos amar?
Aff, vou ter que tirar mais tempo pra ler tudo! Adorei isso aqui! Estou começando a escrever agora, mas minha autocensura é malvada demais!
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