saí pela rua à procura de mim
e me achei partida e esquartejada,
qual fragmento de louça quebrada.
ali, nas paredes grafitadas;
no muro antigo, no reboco à mostra,
nas canções das esquinas,
no barulho dos carros.
era eu, e ninguém mais.
espelho, espelho meu.
era eu no olhar do mendigo.
no chapéu com esmolas.
na porta da escola.
esperando o táxi.
atravessei na faixa,
cortando o olhar dos estranhos;
que ao mesmo tempo não o são.
a poesia das ruas me mantém embriagada.
Um comentário:
Seu poema me faz lembrar de sonhos desfeitos e sorrisos consumados. Arrisco a dizer que lembra de forma terna de Clarice: "A tarde, seus olhos azuis..."
Ternura sempre,
Se quiser retribua a visita seguindo voo da esperança
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