3 de fevereiro de 2008

abraço

(Para você, bebê.)


Meus braços comilões
esticam-se qual elástico;
fazem voltas nas suas costas,
te prendem junto de mim.

Meus dedos finos, esticados
brincam com seu cabelo
engomado.

Meus olhos lêem os seus,
decifram cada uma de suas palavras
enigmáticas.

Eu leio e releio,
deixando-as cravarem fundo
em mim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Abraço em resposta

Meus braços aconchegantes,
quentes feito cachecol
se enroscam no teu pescoço,
te aquecem no meu calor.

Meus dedos inquietos
deslizam sutilmente
em tuas mechas
descoloridas.

Minha mente lê a tua,
traduz do teu pensar,
sonhos que construiremos.

Eu os devoro; junto os planejo.
Invadem minh’alma,
pois não mais são teus:
são nossos.