23 de novembro de 2007

Encontro frustrado

Hoje eu tinha uma reunião marcada
com a minha sensibilidade
e com meu coração-poeta.

Tinha até a pauta:
aquele poema novo
que há tempos dorme à vontade,
dentro de mim.

Combinamos de dar-lhe forma.
Eu tinha pressa em alinhavá-lo,
conectar suas pontas soltas com minha agulha,
que tem cara de verbos e conjunções.

Mas de tão atarefada,
-- e imersa em afazeres
que todos os dias
me roubam os olhos --,
cheguei atrasada,
sem caneta, sem nada...

e o encontro se frustrou.

3 comentários:

Pipa Cavalcanti disse...

gosto dessa sua metalinguagem, e mais ainda desses seus encontros tão poéticos, mesmo quando frustrados.

Vivi disse...

Meus encontros com meu "coração poeta" de tanto acabarem frustrados, não os marco mais; agora só podem ser encontros casuais. Lindíssimo poema...adoro poemas metalingüísticos. Eu tenho um que gosto muito... Abraço!

assad disse...

Uma vez dialoguei com a Literatura, foi muito engraçado!