11 de junho de 2007

Catarina e Marina

Elas são duas:
Catarina e Marina,
que de tão parecidas,
confundem quem as vê passar.

Uma é do início,
a outra do fim,
de um continuum longo de dias,
que separa suas cronologias.

Cresceram cercadas de montanhas,
apossaram-se das mesmas ruas.
Marina cedo rompeu seus limites,
mas Catarina, ainda não;
tem pés fincados no chão.

Catarina dança e rodopia,
Marina também.
Marina canta,
Catarina também.
Os olhos amendoados,
as duas meninas têm.
Da doçura dos versos,
do delírio da pena,
são ambas reféns.

Mas o sotaque carregado de montanhas,
apenas Catarina mantém.

E em momentos distintos,
de uma vida irônica e cheia de voltas tortas,
cruzaram-se no coração de um mesmo rapaz.

Nunca se viram, a não ser pelo olhar dele.
Nunca se ouviram, a não ser pela voz dele.
Nunca se leram, a não ser pelos versos que ele lhes deu.

Ele as vê como uma só menina,
dividida em dois corpos.
A uma chama de bailarina,
à outra, pimenta,
mas são ambas suas lindas.

Elas são duas, não uma.
Catarina e Marina.
Mas de tão parecidas...
confundem quem as vê.

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