4 de março de 2007

Suave expectativa

“Se fossem meus os panos bordados do céu,
Enfeitados com luz de ouro e prata;
os azuis e sombrios panos
da noite e da luz e da meia luz;
Eu os estenderia sob os seus pés.
Mas eu, sendo pobre, tenho apenas meus sonhos.
Eu estendi meus sonhos sob seus pés.
Pise suavemente, pois você está pisando nos meus sonhos.”
(William B. Yeats)

Eu fiz adormecerem os meus sonhos,
Por medo de que fossem desfeitos.
E tal como porcelana frágil os vejo,
Equilibrados sobre uma bandeja.

Mas, agora, eis que despertam de um doce devaneio.

Do meu quarto, ouço o som de quem entra na sala,
E me pergunto se é chegada a hora
de oferecê-los.

(São frágeis e nobres os meus sonhos;
são como louça guardada,
delicadamente adornada,
reservada para ocasião especial.)

A expectativa se faz sentir no meu corpo,
Onda de ânsia que gela e bambeia.
O não-saber me paralisa,
O desconhecido me atrai.

Nenhum comentário: